Política

Vereador nega acusações e se diz injustiçado

Leandro Belles

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Um dia depois de vir à tona a sentença que o condenou a cinco anos de prisão no semiaberto por concussão, crime em que o autor exige vantagem indevida em seu próprio benefício, o vereador João Carlos Maciel (PMDB) recebeu o Diário logo após a sessão plenária de quinta-feira. Aparentemente tranquilo, ignorou o fato durante a sessão.
Ocupou a tribuna e usou o espaço de 10 minutos para homenagear a empresária Maria Zaira de Grandi, falecida na semana passada.

Já na entrevista, Maciel, por três vezes, se disse injustiçado e ressaltou que não pressionou nenhum assessor para doar valores para o seu projeto comunitário, Caminhão da Solidariedade.

_ Essas três pessoas que testemunharam podem ter sido influenciadas por quem foi atingido pelos cortes. Isso é uma grande conspiração diabólica e política _ disse, afirmando ser uma retaliação a cortes de pessoal e de horas extras promovidos no período em que ele foi presidente da Casa, em 2009.
Na sentença do juiz Leandro Sassi, de junho, o parlamentar é condenado por supostamente ter se apropriado de valores de salários de CCs que ocupavam cargos da Mesa Diretora, em 2009. O parlamentar já recorreu.

Nos bastidores, dizem que  Maciel afirma que haveriam outros interesses. Vereador mais votado em 2004, 2008 e o terceiro, em 2012, sempre fez críticas à prefeitura. Em alguns momentos, deixou clara a intenção de voos maiores, como futuro candidato a prefeito, ambição que foi abafada pela cúpula do PMDB.

POR DENTRO DA SENTENÇA

- Na sentença, o juiz Leandro Sassi aponta que o parlamentar cometeu o crime de concussão (crime em que o autor exige vantagem indevida em benefício próprio) ao cobrar parte do salário de três assessores.
"Inegavelmente as palavras do réu (Maciel) retratam uma cobrança, uma exigência dele para com os ofendidos", relatou o juiz na sentença
- Uma gravação em que supostamente há indícios do crime chegou a ser incluída no processo, mas não foi aceita como prova pelo juiz
- Maciel é alvo de dois processos: um criminal (concluído e que resultou na sentença de cinco anos de prisão no semiaberto), e outro de improbidade (não concluso, que pode determinar sua cassação e torná-lo inelegível
- Um advogado que trabalha na área, mas que pediu para não ser identificado por questões profissionais, explica que a pena de prisão não é comum no meio político, pois, geralmente, são alvo apenas de ações de improbidade. Nesse caso, em função do delito, o réu também foi alvo de ação criminal que resultou na condenação

Como ocorreria o crime:
- De acordo com a sentença, . Logo após receber os salários, no banco, os assessores colocariam um valor determinado em um envelope e o entregariam para o parlamentar 
- Na denúncia, os CCs dizem que davam o dinheiro pois existia uma ameaça velada de demissão para quem não fizesse isso


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